Por volta de 1850, auge da corrida do ouro e conquista do oeste norte-americano, vários mercadores aproveitaram o trabalho nas minas e de exploração para vendas de ferramentas, mantimentos, roupas e lonas. Devido a este excesso de oferta, o mercado ficou saturado. Com um grande estoque de lonas e sem conseguir mercado para as mesmas, Levi Strauss passou a procurar outra aplicação para o produto. Ele observou que devido à grande exigência física no trabalho das minas, os mineradores tinham que substituir freqüentemente as roupas utilizadas, o que os levava a um grande gasto. A fim de realizar uma experiência, Strauss confeccionou duas ou três peças reforçadas com a lona que possuía e disponibilizou-as aos mineradores. O sucesso foi imediato. Sendo altamente resistentes, as roupas não se estragavam com facilidade e proporcionavam uma durabilidade muito maior.
Estava criado o jeanswear.
Forte e durável, esse tipo de roupa firmou-se como indumentária de trabalho, conquistando mais e mais consumidores, que a utilizavam para exercer suas tarefas mais árduas e de exigência física.
Em 1872, afinal, Levi Strauss registrou a patente de sua invenção. Mas ainda faltava o alfaiate Jacob Davis, um personagem fundamental para a história dos jeans, a quem Strauss se associou, e com quem criou o modelo básico de calça que conhecemos hoje, justo, com cinco bolsos e rebites de metal nos pontos de maior tensão.
Após a proliferação social do seu conceito como roupa despojada e do cotidiano, o jeans conquistou o restante da população sem perder seu charme e elegância. Consagravam-se, então, os "gigantes do Jeans", como: Levi's, Lee e Mustang.
Foi apenas no século XX, entretanto, que o jeans passou a ser utilizado diariamente, virando moda com a geração baby-boom, na década de 50 e 60.
O casual avançou tanto que os estilistas perceberam a necessidade de introduzir também mudanças na moda clássica, tornando-a mais moderna. O primeiro estilista a colocar o jeans na passarela foi Calvin Klein, já na década de 70, causando choque e indignação aos mais conservadores. Esta atitude, no entanto, foi logo seguida por outros nomes da alta costura como Jacques Fath, Pierre Cardin, Givenchy, Pierre Balmain e Van Cleef Arpels, os quais acabaram por ligar suas etiquetas à trajetória do jeans como moda, tornando-o um fenômeno bastante singular e conquistando seu espaço na sociedade.
Da versão mais popular à que traz a assinatura do estilista mais famoso, o que muda é a qualidade, jamais seus múltiplos significados.
E são justamente esses significados que compõem a base da longevidade e da fama do jeans. Não importa o que seja, mas o que quer dizer. Popularizado no cinema por astros como Marlon Brando e James Dean, o jeans passou a ser o símbolo de toda a geração que ligava rebeldia à liberdade. Com Madonna, era símbolo de sensualidade. Foi também com jeans que os hippies dos anos 60 e 70 pediram paz e amor. E, uma década mais tarde, ainda vestindo jeans, os yuppies fizeram fortuna em Wall Street.
O que se nota é uma crescente proliferação do conceito jeanswear em se vestir, principalmente graças à comodidade e à praticidade, aliadas a fácil manutenção, numa época em que estamos cada vez mais sem tempo livre e que qualquer facilidade proporcionada torna-se fundamental.
Assim, o jeans, hoje com vários modelos (justos, baggys, saint tropez, boca-de-sino, rasgados, bordados, capris, etc), modelagens e lavagens, tornou-se um tipo de moda nascida não pela imaginação dos estilistas, vinda de cima para baixo; mas de baixo para cima, acabando por se tornar um clássico da roupa.
Usado em todos os continentes por trabalhadores do campo e da cidade, foi adotado tanto por ricos quanto por pobres, curiosamente sempre conservando as características originais das primeiras calças feitas por Levi-Strauss.
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